quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Prova UDESC 2009.2 GEO - Questões 36 a 40

Questão 36

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) surgiu no ano de 1997 em Campinas, São Paulo, com o apoio do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). O MTST luta por moradia e combate a exclusão urbana, tendo como estratégia de luta a ocupação e a organização social.

Sobre os grandes movimentos sociais brasileiros que lutaram em favor de espaços mais justos no Brasil no século XX, pode-se citar, exceto:
a) CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) criada em 1963.
b) UDR (União Democrática Ruralista) criada em 1985.
c) UNE (União Nacional dos Estudantes) fundada em 1937.
d) CONAM (Confederação Nacional das Associações de Moradores), criada em 1982.
e) MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), criado em 1991.


Questão 37


Sobre o continente africano é correto afirmar:


I - A África é rica em formações lacustres, porém é relativamente pobre em rios, apesar da ocorrência em seu território de alguns dos maiores cursos fluviais do mundo.
II - O litoral africano é extenso e pouco recortado.
III - Entre os fatores que mais influenciam os climas africanos está a posição geográfica do continente em sua maior parte dentro da zona intertropical e a disposição do relevo, pois a presença de rebordos montanhosos, junto ao litoral, dificulta a penetração de massas de ar úmidas para o interior do território africano.
IV - O Maghreb corresponde à região atravessada pela cadeia do Atlas, junto à Costa do Mar Mediterrâneo, em territórios do Marrocos, da Argélia e da Tunísia. Situada a
noroeste do continente africano, a região do Maghreb é uma das mais povoadas do continente e foi ocupada pelos franceses no século XIX.
V - A economia africana é predominantemente agroextrativa, uma vez que a atividade
industrial no continente é importante somente em poucos países, como a África do Sul e o Egito.



Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa V é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Questão 38


O julgamento de uma ação popular no STF (Supremo Tribunal Federal), que questiona a legalidade da demarcação de uma área contínua de 1,7 milhão de hectares em Roraima, na divisa com Venezuela e Guiana, começou em agosto de 2008, mas em seguida foi interrompido. O STF retomou o julgamento em março de 2009 quando os ministros do STF confirmaram, por 10 votos a 1, que a demarcação da terra deve ser contínua, com a consequente saída dos rizicultores da área. Considerada histórica pelos próprios ministros, a decisão põe fim a uma polêmica iniciada durante o governo FHC (1994-2002), que promoveu a demarcação da terra em 1998, e continuou no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que homologou as terras em 2005, quando começou a retirada dos moradores e produtores nessa área.


O texto acima refere-se à(ao):


a) Parque Iguaçu.
b) Floresta Amazônica.
c) Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.
d) Reserva Raposa Serra do Sol.
e) Reserva Biológica Marinha do Arvoredo.

Questão 39


Sobre a educação no Brasil é correto afirmar, exceto:


a) Os dados da Pnad de 2007 demonstram que o Brasil está conseguindo atingir metas quantitativas, ampliando o acesso da população mais jovem à escola, embora seja preciso elaborar políticas públicas para incentivar a permanência na escola e elevar a qualidade do ensino.
b) A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007 revelou que a taxa de analfabetismo da população em 2006 caiu. Mesmo assim, o número de brasileiros analfabetos somava 14,1 milhões. Países com renda média bem inferior à do Brasil têm desempenho melhor que o brasileiro, como por exemplo, a Bolívia e o Equador.
c) O percentual dos chamados analfabetos funcionais (pessoas com menos de quatro anos de escolaridade, segundo a metodologia do IBGE) teve um grande aumento nos últimos anos, fruto de políticas públicas que só deram atenção ao ensino técnico profissionalizante.
d) A Pnad de 2007 apontou que, embora o acesso ao ensino superior tenha crescido entre 2006 e 2007, a rede privada ainda responde por 76% dessas matrículas. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que prevê a criação, em 2009, de 44 mil vagas em instituições públicas de ensino superior, diminuirá essa discrepância entre a oferta da rede particular e a da pública.
e) O Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas de estudo a alunos procedentes de escolas públicas em instituições particulares de ensino superior, possibilitou um aumento na oferta de vagas ao ensino superior no Brasil.

Questão 40


Sobre a população brasileira é correto afirmar, exceto:


a) Hoje as famílias chefiadas por mulheres já ultrapassam 28%, isso representa que, em cada quatro famílias, uma é chefiada por mulher.
b) Doenças do aparelho circulatório associadas à má alimentação, ao consumo excessivo de álcool, ao tabagismo e ao sedentarismo estão no topo do ranking das causas de morte no Brasil. O câncer aparece em segundo lugar, seguido de homicídio e violência no trânsito, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
c) Apesar de a diferença de renda entre brancos e negros ter diminuído, os negros ainda recebem menos do que os brancos em todas as regiões do País. Os brancos ainda vivem com quase o dobro da renda mensal média dos negros.
d) Em 2007 o divórcio no Brasil completou 30 anos, quando o IBGE registrou um crescimento expressivo em relação a 1984. Em contrapartida, o número de casamentos realizados no País vem crescendo desde 2003.
e) Embora os homens sejam a maioria na população, as mulheres morrem mais - o risco de morte da população feminina é 40% superior ao masculino.

Prova UDESC 2009.2 GEO - Questões 31 a 35

Questão 31

O turismo é um ramo de atividades relativamente novo na história da humanidade e tem crescido vertiginosamente nas últimas décadas, no mundo inteiro. Esta atividade tem representado importante fonte de renda para os países a que se destinam os turistas. O país mais visitado com fins turísticos, no mundo, é:
a) França.
b) Estados Unidos.
c) China.
d) Inglaterra.
e) Japão.


Questão 32


O conhecimento da formação geológica da Terra tem sido cada vez mais exigido aos geógrafos para intervirem nas questões ambientais do planeta. Algumas características dos solos são importantes, pois informam sobre seu uso adequado e/ou sobre a necessidade de sua preservação.
Em relação à coloração dos solos, pode-se afirmar que:


I - solos avermelhados e alaranjados indicam presença de óxidos de ferro.
II - solos escuros indicam presença de muita matéria orgânica.
III - solos brancos indicam ausência de ferro e matéria orgânica.
IV - solos cinzentos indicam presença permanente da água.


Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Questão 33


Dentre as vantagens do transporte ferroviário, pode-se citar, exceto:


a) velocidades muito elevadas, em torno de 300 a 500km/h, atingidas pelos trens modernos.
b) tempo bastante longo de utilização do material rodante.
c) custo operacional não muito elevado.
d) atendimento bastante disperso em função da natureza e da sua estrutura, que implica enorme maleabilidade.
e) capacidade de transportar grandes volumes de cargas e passageiros.

Questão 34


O maior país da América e o segundo maior país do mundo em extensão territorial é:


a) Rússia.
b) Estados Unidos.
c) Canadá.
d) Brasil.
e) China.

Questão 35


A vegetação brasileira é rica e diversificada. Relacione a primeira coluna de acordo com os significados da segunda coluna.
1 - Mata dos Cocais
2 - Floresta Latifoliada Equatorial
3 - Caatinga
4 - Mata de Araucária
5 - Cerrado
6 - Campos naturais


( ) Vegetação xerófila, adaptada ao clima semiárido, na qual predomina um estrato arbustivo caducifoliado e espinhoso.
( ) Muito parecido com a savana africana, é constituído por uma vegetação caducifólia. Predominantemente arbustiva, tem raízes profundas, galhos retorcidos e casca grossa.
( ) Formações rasteiras ou herbáceas. Sua origem pode estar associada a solos rasos ou temperaturas baixas em regiões de altitudes elevadas, áreas sujeitas à inundação periódica ou aos solos arenosos.
( ) Mata de transição entre formações bastante distintas, constituída por palmeiras ou palmáceas, com grande predominância do babaçu e da ocorrência esporádica de carnaúba.
( ) Floresta adaptada ao clima subtropical ou temperado. Sua densidade vegetal assemelha-se a um bosque. Em seu interior encontram-se ervas-mate, ipês, cedros e canelas.
( ) Formação vegetal também conhecida pelo nome de Floresta Amazônica. Possui maior banco genético e biodiversidade do planeta, contém três estratos: caaigapó, várzea e caaetê ou terra firme.


Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
a) 5 3 6 1 2 4
b) 3 5 6 1 4 2
c) 2 4 5 3 6 1
d) 1 2 4 5 3 6
e) 6 1 3 4 2 5

terça-feira, 26 de maio de 2009

Segregação Urbana: o caso de Lages

A segregação sócio-espacial é um típico problema relacionado à diferenciação de classes sociais. Surge no ambiente urbano, estimulada por diferenças econômicas, sociais e culturais, fazendo com que grupos procurem se situar em locais diferenciados, com atribuições distintas na sociedade, com pouca interatividade. A exclusão de grupos se torna prejudicial à dinâmica urbana, pois inibe relações sociais e a qualidade de vida na cidade.

A formação de áreas de periferia pobre está intimamente ligada ao processo histórico do município. A organização da produção, as migrações, a disponibilidade de renda, dentre outros fatores, são condicionadas e condicionam os fatores envolvidos na evolução econômica, que são distintos de acordo com o intervalo de tempo histórico considerado. Portanto há necessidade de uma consolidação histórico-geográfica dos processos ocorridos para uma efetiva compreensão de sua formação sócio-espacial.

Há uma vasta literatura sobre o processo de segregação sócio-espacial nas grandes metrópoles, a formação de bairros excluídos, uns de classe social abastada e outros de espoliados, formação de favelas, prioridades do Estado direcionadas a elite econômica, enfim, algo que de fato é evidente em uma intensa aglomeração populacional. Agora, o que está em questão é o fato de Lages, não sendo uma metrópole, mas uma cidade polarizadora da região, apresentar ou não segregação sócio-espacial. Poderia se falar de população de excluídos em cidades com menor aglomeração urbana? Quem vive na cidade de Lages e quem sabe da sua história tem resposta afirmativa para as questões levantadas. Isto se dá porque a segregação não está prioritariamente ligada ao processo de aglomeração urbana, mas fortemente relacionada aos aspectos sócio-econômicos e culturais, ao longo de sua formação sócio-espacial. Mesmo não fazendo parte de uma região metropolitana, onde se encontram os casos mais intensos de segregação urbana, o fato de ser cidade pólo da Região Serrana, considerada, a partir de dados do IBGE, a de IDH mais baixo do Estado, Lages é uma cidade de atração de migrantes, sendo que estes são, em sua maioria, parte de uma população pobre que vieram de outras cidades ou áreas rurais próximas. Muitos procuram a periferia para a construção de suas residências, onde encontram terrenos relativamente mais baratos, porém, carentes de infra-estrutura. Esta forte presença de imigrantes, que trazem a memória de suas origens, faz com que estabeleçam redes sociais, se agrupando de acordo com laços de identidade, relativos aos costumes locais de onde vieram. Um dos períodos mais evidentes da importância da migração para a cidade foi logo após a década de 60, com a crise da atividade madeireira na região, onde vários trabalhadores procuraram a cidade como alternativa de trabalho.



Distribuição de renda média, até 1 salário mínimo, por bairros, na cidade de Lages. Ano 2000, dados do IBGE.


Mas no processo de segregação urbana em Lages, pode-se buscar sua gênese em épocas anteriores, mais precisamente durante o coronelismo, no final do século XIX, após a proclamação da República, quando os coronéis passam a exercer definitivamente formas de dominação social. Assim, “aceitava-se” a segregação a partir do momento que se difundia a ideologia de dominação. Desde a política dos coronéis, já há uma tendência ao domínio de grupos e a submissão de outros. Durante aquele período, os caboclos aceitavam ser submissos ao coronel em troca de pequenos favores. Nesta relação notava-se o enraizamento das formas de dominação. A sociedade passa a “aceitar” a dependência da elite e acreditar que seus atos eram bons e inevitáveis a relação, para o bem de toda a cidade.

Dessa maneira, as formas com que os caboclos serranos aceitavam a dominação dos coronéis, através do compadrio, e das relações mútuas de ajuda, obviamente estavam privilegiando e fortalecendo o poder dos coronéis. Esta relação transmitia-se também para o governo, onde os principais chefes de Estado eram proprietários de terras, que tinham grande domínio, não apenas ideológico, mas também econômico sobre a população.

Esta forma de relação entre os caboclos e os proprietários começa a sofrer modificações com o avanço da indústria madeireira. Neste período, destaca-se a importância de correntes de migrações, vindas do campo, de cidades próximas ou até de outros estados, como fator de aumento populacional do município e a formação de importantes redes sociais. Uma tendência forte da população é se aglomerar de acordo com grupos de semelhança cultural ou econômica. Os imigrantes que chegaram à cidade procuravam se agrupar de acordo com o tipo de atividade que exerciam ou de acordo com os locais de origem, se instalando preferencialmente nas principais vias que davam acesso a essas localidades. Vários bairros na cidade se formaram devido a agrupamentos de migrantes, que também, com o tempo, trouxeram parentes e amigos da cidade de onde vieram, contribuindo ainda mais para tipos de agrupamento.

Na dinâmica migratória para Lages, a fase referente ao auge da indústria madeireira se dá entre as décadas de 40 e 60 , onde revela a importância dos migrantes gaúchos e das migrações internas, nas quais os agregados e peões de fazendas conseguiam emprego nas serrarias, se instalando em áreas próximas a elas. Nesse período, os grupos se localizaram espacialmente na cidade de acordo com objetivos comuns. Os donos de madeireiras e aqueles que exerciam atividades de maior lucratividade, relacionadas à madeira, se estabeleceram em bairros com características semelhantes, que tivessem ou pudessem construir em conjunto a infra-estrutura que necessitavam para a reprodução dos seus interesses econômicos. Houve, por exemplo, o desenvolvimento do bairro Coral, que começava a rivalizar em importância com o centro da cidade. Por outro lado, os trabalhadores com menor renda se fixavam em locais de menor custo, desprovidos de infra-estrutura ou aproveitando a já existente.

Em grande contraste, a fase migratória seguinte acontece num outro contexto econômico. Migração atípica, num momento em que a araucária já não era suficiente para a economia do município, gerando uma crise principalmente devido à falta de matéria-prima e o término da construção de Brasília, que havia demando madeira da região em grande quantidade. Vários empresários se deslocaram para outras regiões brasileiras, muitos para o Norte, e como as madeireiras, sem matéria-prima, fecharam ou reduziram os postos de trabalho, os moradores das vilas e trabalhadores se deslocam para a cidade à procura de alternativa de trabalho. Grande parte destes trabalhadores veio a morar nas periferias da cidade, em localidades com terrenos mais baratos e fiscalização menos rígida. O alto índice de desemprego e a deficiente infra-estrutura urbana básica foram fatores importantes para transformar estas localidades em áreas de adensamento de pobreza, reforçando processos de segregação.

Com efeito, a população de baixa renda ainda sente fortemente o processo de marginalização que aconteceu durante a crise madeireira. A alternativa econômica, com atividades ligadas ao pinus, surgiu de forma modesta como recuperação da economia regional. Mesmo assim, o número de pessoas que cultivavam esta matéria-prima era restrito, sendo que adquiriram e ainda adquirem uma renda muito alta, muito além do restante dos trabalhadores que, em sua maioria, trabalham como assalariados. Junto a estes somam o grande contingente de desempregados ou trabalhadores do subemprego, que formam um conjunto de pessoas que residem nas periferias urbanas pobres.

Observando na cidade a distribuição e formação de bairros de famílias de classe alta e os bairros populares, conclui-se que há uma separação significativa entre eles. Os bairros da área central vão se reafirmando como áreas de infra-estrutura privilegiada, com terrenos caros, procurados pelas famílias de alta renda. Os descendentes destas famílias encontram uma estrutura já montada, não tem interesse em mudar de local. Nos bairros populares há a constante chegada de migrantes vindos de várias partes da região e estes, junto com os descendentes das famílias, são os responsáveis pelo seu crescimento, a ritmos acelerados, expandindo-se para a região limítrofe da cidade. A diferença entre o preço dos terrenos em áreas centrais e periféricas é cada vez maior, reforçando os limites entre centro e periferia, fortalecendo a fragmentação da cidade.





Exemplo de submoradias no Bairro Dom Daniel, em área do antigo lixão.







Exemplo de autoconstrução de submoradias no Bairro Morro Grande.






Córrego que recebe os rejeitos domésticos do Bairro Morro Grande, desaguando no Rio Caveiras.



REFERÊNCIAS:


CORRÊA, Roberto Lobato. A periferia urbana. GEOSUL, nº 2, ano 1, p. 70-77, Segundo Semestre, 1986.
______. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989.
______. Região e Organização Espacial. 3ª.ed. São Paulo: Ática, 1990.

COSTA, Licurgo. O continente das Lagens: Sua Historia e Influencia no Sertão da Terra Firme. Florianopolis: Fundação Catarinense de Cultura, 1982. v. 1 a 4.

PEIXER, Zilma Isabel. A cidade e seus tempos. O processo de constituição do espaço urbano em Lages. Lages: Editora UNIPLAC, 2002. 296p.

MUNARIM, Antonio; CALAZANS, Maria Julieta Costa; Universidade Federal de Santa Catarina. A praxis dos movimentos sociais na região de Lages. 1990. 307f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciencias da Educação.

SANTOS, M. Espaço e método. São Paulo: Ed. Nobel, 1985.
______. Espaço e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1982.
______. O espaço do cidadão. São Paulo: Ed. Nobel, 1998. 142p.
______. Técnica-espaço-tempo. Globalização e meio-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1996.

VILLAÇA, Flávio. Espaço Intra-Urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute, 2001.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Regionalização de Santa Catarina

Santa Catarina conta hoje com 293 municípios, sendo que o mais populoso é o município de Joinville e o maior município em área é Lages. Os traços da imigração são marcantes, tendo uma influência muito significante nos seus aspectos geoeconômicos. A colonização aconteceu de forma diferenciada no território, tornando um estado heterogêneo na sua cultura e atividades econômicas. Estas características possibilitaram a regionalização do estado.





Região Nordeste: Joinville e Jaraguá do Sul se destacam como as principais cidades industriais. Predomina o setor eletro-metal-mecânico, com destaque para a EMBRACO, Fundição Tupy, Busscar, a Multibrás( das marcas Cônsul e Brastemp), em Joinville. Em Jaraguá do Sul destaca-se a WEG e a Kolbach, de motores elétricos. Há também importantes indústrias têxteis, como a Malwee. A região também tenta se firmar como pólo siderúrgico, com avanços em São Francisco do Sul.

Vale do Itajaí: Blumenau e Brusque são as mais importantes cidades industriais. Destaca-se como pólo têxtil, tendo importantes indústrias como a Hering, Artex, Teka.

Grande Florianópolis: destaca-se o setor tecnológico, com indústrias como a Dígitro e a IntelBrás. O Pólo Tecnológico, em Florianópolis, é uma área incubadora de empresas, que promove benefícios às empresas do setor tecnológico que se instalarem na área.

Região Sul: Criciúma e Tubarão destacam-se como cidades industriais. Estão ligadas principalmente à extração e beneficiamento do carvão, a extração do caulim, indústrias cerâmicas e de plásticos. Destacam-se a Eliane e a Cecrisa.

Planalto Serrano: as indústrias estão principalmente nas cidades de Lages, Otacílio Costa e Correia Pinto. É o pólo do papel e celulose, se destacando a Klabin.

Planalto Norte: São Bento do Sul, Mafra e Rio Negrinho abrigam importantes indústrias moveleiras.

Oeste e Meio-Oeste: destacam-se as cidades industriais de Chapecó, Joaçaba, Concórdia e Videira. A região concentra as principais agroindústrias do Estado, com destaque para a Sadia, Perdigão e Seara.



Observe algumas questões de vestibulares sobre o tema:

(UFSC) Com base no mapa abaixo, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).


01. A área hachuriada corresponde à região mais industrializada de Santa Catarina, tendo como destaque os municípios de Blumenau, Joinville e Jaraguá do Sul.

02. A região hachuriada apresenta uma estrutura urbana extremamente deficitária.

04. O pólo metal-mecânico concentra-se no Nordeste de Santa Catarina e tem Blumenau e Brusque como as principais cidades especializadas no setor.

08. O sistema de acumulação de capital implantado pelos colonizadores alemães foi uma das alavancas do desenvolvimento industrial da região.

16. Apesar de distantes das fontes de determinadas matérias-primas e dos grandes centros consumidores, algumas indústrias existentes na área hachuriada inseriram-se dinamicamente no mercado nacional e internacional.

32. Na área hachuriada, o segmento produtor de maior destaque econômico é o ervateiro.


01. V
02. F
04. F
08. V
16. V
32. F

Resposta: 25


(UDESC 2008/1) 55. Sobre o Planalto Norte Catarinense pode-se afirmar, exceto:
a) A população dessa região é de origem açoriana e paulista.
b) Essa região possui destaque no cultivo da erva-mate, sendo o segundo maior produtor nacional.
c) No setor secundário, São Bento do Sul destaca-se como o maior pólo moveleiro do estado, responsável pela exportação de móveis.
d) Com relação aos problemas ambientais, podemos destacar a poluição pela indústria de papel, mobília e madeira, além do assoreamento dos rios, em decorrência da erosão do solo.
e) Embora o setor terciário seja pouco expressivo, está desenvolvendo nos últimos anos o turismo, através do circuito chamado Caminho dos Príncipes .
Resposta: A

O Novo ENEM

Já é realidade o vestibular intitulado de “Novo Enem”, considerado como um vestibular unificado, ou seja, a mesma prova é válida para todas as universidades que aceitem o sistema. A Instituição de Ensino Superior pode optar por não aderir ao Sistema de Seleção Unificado, mas pode usar a nota do novo ENEM, como uma primeira fase ou parte de uma nota, por exemplo.

A idéia é oferecer provas com menor conteúdo e que exijam menos memorização e mais raciocínio. Mas cabe a cada universidade, pública ou particular, decidir se vai adotar o sistema. A maioria das universidades federais, segundo o MEC, está aprovando o modelo e pretendem adotar a nova prova. Até o final de abril, a maioria já havia decidido qual sistema seletivo iria adotar.


No site do MEC tem-se uma relação do que foi decidido até agora pelas Universidades Federais.



Muitas delas, perto de 50% querem adotar o sistema ainda em 2009. E pelo menos 500 faculdades particulares também pretendem adotar o novo sistema de avaliação.

"O que cairá no novo Enem?
Serão 200 questões de múltipla escolha divididas em quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (incluindo redação); Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e Matemática e suas Tecnologias.


É possível usar o mesmo Enem para se candidatar a uma vaga em diferentes universidades?
Sim. Este é exatamente o propósito da prova nacional. No entanto, nos casos em que a universidade aderir ao Sistema Unificado haverá um limite de até cinco opções por candidato, que devem ser colocadas em ordem de preferência. As vagas de um curso serão oferecidas antes àqueles estudantes que o tiverem escolhido.


Uma nota ruim no Enem pesará contra o estudante?
Não. É do aluno a decisão de apresentar o resultado às universidades – ou simplesmente ignorá-lo e fazer uma nova prova. Não há limite de vezes para tentar o Enem.


Qual será a periodicidade do Enem?
Neste ano, haverá só um, nos dias 3 e 4 de outubro. Em 2010, o MEC pretende aplicar pelo menos dois. A meta é chegar a sete por ano, como o SAT, modelo americano no qual se inspira o novo Enem.


Por quanto tempo a nota da prova será válida?
O MEC ainda não bateu o martelo, mas a tendência é que feche o prazo em três anos. Nesse período, o aluno pode apresentar a mesma nota às universidades. Como o Enem é um exame padronizado, ao contrário do vestibular, estatisticamente é possível, sim, comparar as médias de alunos que realizaram provas em anos diferentes. "
Revista VEJA, 15 de abril de 2009

"Qual o cronograma do Enem 2009?
As datas inicialmente previstas são:
Inscrições: 15 de junho a 17 de julho
­Realização da prova: 3 e 4 de outubro de 2009
Divulgação dos resultados das quatro provas de múltipla escolha: 4 de dezembro de 2009
Divulgação do resultado final, incluindo a redação: 8 de janeiro de 2010

As disciplinas abordadas pela prova do Enem terão pesos diferentes?
A prova do Enem trará quatro notas diferentes, uma para cada área do conhecimento avaliada. Não haverá diferenciação dos pesos. O que pode ocorrer é que, nos processos seletivos, as instituições utilizem pesos diferenciados entre as áreas para classificar os candidatos, de acordo com os cursos pleiteados.

As questões da prova terão pesos diferentes?
A nova prova do Enem será estruturada na metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), que garante a comparabilidade das notas entre diferentes edições a partir da calibração do grau de dificuldade das questões. Dessa forma, diferentemente dos anos anteriores, as questões da prova do Enem serão distribuídas em graus diferenciados de complexidade. Isso significa que, no cálculo final da nota em cada área, as questões mais difíceis valem mais que as questões menos complexas.

Uma pessoa que não for bem no Enem 2009 terá a chance de fazer outra prova e melhorar a sua nota?
Sim, o aluno pode fazer o Enem quantas vezes quiser, mesmo que tenha concluído o ensino médio já há alguns anos.

Haverá mais de uma edição do Enem por ano?
A proposta inicial é a de que o Enem seja oferecido duas vezes por ano. O Enem 2009 será aplicado nos dias 3 e 4 de outubro, e uma nova edição deverá ser aplicada em março ou abril de 2010.

A nova prova do Enem vai trazer questões sobre língua estrangeira?
O Comitê de Governança definiu que o Enem 2009 não trará questões de língua estrangeira. A partir da próxima edição da prova isso será abordado, e já consta da matriz de habilidades e conteúdos associados do Enem 2009.


Para fazer o Enem o interessado já deve ter decidido o curso ou instituição onde pretende prestar o vestibular?
Não. As inscrições para o novo Enem devem começar já em junho, e a prova será realizada em outubro. Os processos seletivos das instituições de ensino superior só devem iniciar-se em meados de dezembro. Na inscrição para o processo seletivo é que o aluno decide a qual curso quer concorrer.


Como será o sistema de seleção unificada?
O candidato a uma vaga no ensino superior poderá concorrer a cinco cursos ou instituições, mas apenas naquelas universidades que adotarem o Enem como única forma de ingresso. As instituições que optarem utilizar o Enem como única avaliação para selecionar os ingressantes participarão de um Sistema de Seleção Unificada, informatizado e online. Nesse sistema, as universidades informarão quantas vagas têm disponíveis para cada curso, e qual é o peso que cada uma das grandes áreas do conhecimento terá na nota final do aluno – linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação e língua estrangeira); ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. O aluno que participou do Enem 2009 se inscreve no sistema, que calculará sua nota final, já com os pesos estabelecidos, e o aluno poderá simular inscrição em até cinco cursos ou instituições, durante todo o período em que o sistema ficar disponível na Internet. Caso a universidade decida utilizar o Enem como segunda fase ou com a nota do Enem agregada à nota de um vestibular próprio, a instituição deverá decidir e publicar as regras de inscrição e participação em seus editais. O Sistema de Seleção Unificada só será utilizado pelas instituições que escolherem o Enem como única forma de seleção."

Site do Ministério da Educação, consultado em 19 de maio de 2009.


Para informações atualizadas, consulte periodicamente o site do MEC sobre o novo ENEM:

ou

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tremor de terra na Itália

Vale aquela atenção com os assuntos atuais para as provas de vestibulares no país. Para a interpretação das questões de geografia que envolve atualidades, mais importante que conhecer todos os detalhes sobre o assunto, é saber situá-lo no contexto da disciplina. Nesta semana ganhou destaque nos noticiários a destruição provocada por um tremor de terra na Itália.No ano passado, o mais devastador ocorreu na China, na província de Sichuan, no mês de maio.


Para compreender o fenômeno, alguns aspectos da geologia são fundamentais, como : - compreender a dinâmica das placas tectônicas, sabendo localizar seus limites e as formas de movimento (convergente e divergente) - entender a escala Richter, que mede a magnitude do abalo sísmico, sendo que representa uma escala logarítmica, em que cada unidade aumenta a magnitude do tremor em 10 vezes. (por exemplo, um tremor em 7 graus Richter é 10 vezes mais intenso que um de 6 graus Richter).

Imagem retirada do site //g1.globo.com

A localidade na Itália onde ocorreu o tremor em 6 de abril, está próxima a uma área de encontro de placas tectônicas. Entre a Placa Africana e a Placa Euroasiática. Estas placas estão se convergindo e nesta área de convergência há a formação de dobramentos modernos, como os Alpes e os Apeninos. Os Apeninos são uma cadeia montanhosa que corta a Itália de norte a sul. O tremor aconteceu no estado de Abruzzo, na cidade de L’Aquila, a leste de Roma.

L’aquila está localizada nos Apeninos centrais, o que explica a sua vulnerabilidade a abalos sísmicos, embora não sejam tão frequentes na cidade.


Com o avanço da tecnologia, a previsão de terremotos tem se tornado algo mais real, mas ainda é difícil prever exatamente o dia e a intensidade do abalo sísmico. Um técnico da região já havia, há poucas semanais, alertado sobre o tremor, mas foi desacreditado e até ameaçado por promover o pânico.

L´Aquila é uma cidade antiga italiana, e a intensidade do tremor , de 6,7 graus na escala Richter, foi o bastante para destruir muitas casas antigas e monumentos, alguns ainda da época do Renascimento, do século XIII em diante. A título de comparação, o terremoto na China em 2008 teve a magnitude de 7,9 graus Richter.


Números atualizados indicam que já são aproximadamente 300 mortos no terremoto em L'Aquila.



E os terremotos no Brasil?


Como o Brasil está longe das áreas de encontro de placas tectônicas, ou seja, o nosso território está no interior de uma delas, que é a placa Sul-Americana, é praticamente impossível a ocorrência de terremotos de alta magnitude. Mas o território brasileiro está repleto de falhamentos, principalmente na área litorânea e a movimentação de blocos de terras nesses falhamentos podem gerar tremores de menor intensidade, como é o caso dos já registrados no Nordeste, São Paulo e Minas Gerais.