quarta-feira, 14 de abril de 2010

Geografia de Santa Catarina - Parte I

LOCALIZAÇÃO


O território catarinense tem um área de 95.318,30 km2 e ocupa 1,11% da área total do território brasileiro. Possui aproximadamente 450km de litoral com o Oceano Atlântico. È considerado o quinto estado nacional em renda per capita e com o melhor IDH. Está totalmente ao sul do Trópico de Capricórnio, portanto, na Zona Temperada Sul. Possui o mesmo horário de Brasília, a hora legal (-3GMT). Limita-se com o Paraná, Rio Grande do Sul e com a Argentina e os rios têm importante papel na identificação destes limites.


Santa Catarina conta hoje com 293 municípios, sendo que o mais populoso é o município de Joinville e o maior município em área é Lages. Os traços da imigração são marcantes, tendo uma influência muito significante nos seus aspectos geoeconômicos. A presença de vales limitados por montanhas contribuiu para uma colonização diferenciada no território, tornando um estado heterogêneo na sua cultura e atividades econômicas.


ESTRUTURA GEOLÓGICA


1 - Unidade Sedimentar Quaternária - É a área de formação mais recente, da Era Cenozóica no Período Quaternário. Constituída por depósitos de sedimentos oriundos das estruturas mais altas. Estes sedimentos foram trazidos pelos rios e correntezas. As praias atuais também se formaram neste período.

2 - Unidade Cristalina Pré Cambriana – São as formações mais antigas. Constituída por planaltos e serras mais próximas ao litoral. As altitudes encontram-se reduzidas devido a longo tempo submetido a erosão.

3 - Unidade Sedimentar Paleozóica – Uma área sedimentar, de grande importância para o Estado, devido aos depósitos carboníferos no Sul.

4 - Unidade Basáltica Mesozóica — a região que apresenta os maiores altitudes do estado, formada pelos depósitos vulcânicos da Era Mesozóica. Estes depósitos foram feitos acima de rochas de arenito, sendo também chamado de unidade arenito-basáltica.



RELEVO


* Planície Costeira: formada pelos sedimentos trazidos pelos rios e pelas marés.
* Planalto Catarinense: trecho elevado, formado por depósitos vulcânicos da Era Mesozóica, que se assentarem sobre rochas de arenito.
* Planície do Rio Uruguai: área rebaixada formando um grande vale. O Rio Uruguai é o principal agente modelador deste relevo, devido ao longo tempo de processos erosivos.

O litoral catarinense é separado do Planalto através de duas serras principais: a Serra do Mar, ao norte, que data do Pré-Cambriano, e a Serra Geral, no Centro-Sul, que data dos depósitos vulcânicos do Mesozóico.
A região mais alta do Estado encontra-se entre Bom Retiro e Urubici, sendo que a neve é comum no inverno nestas regiões.
O ponto culminante é o Morro da Boa Vista (1827m), em Bom Retiro. Outras elevações importantes são o morro da Bela Vista do Guizoni (1823m), em Bom Retiro e o Morro da Igreja (1822m), em Urubici.



CLIMA

O clima catarinense é do tipo subtropical, segundo a classificação de Strahler. É úmido o ano todo, ou seja, não apresentando estação seca marcante. No verão predomina as chuvas convectivas e no inverno as chuvas frontais. Em algumas cidades, como Joinville, são freqüentes também as chuvas orográficas. É um clima de alta amplitude térmica anual.
Segundo a classificação de Köppen, Santa Catarina possui dois subtipos climáticos: Cfb e Cfa.
C – Mesotérmico
f – sempre úmido
a – verões quentes
b – verões brandos
As massas de ar que atuam com mais freqüência são a Massa Tropical Atlântica e a Massa Polar Atlântica. As frentes são formadas pelo encontro dessas massas de ar e são muito freqüentes nos meses de inverno.



VEGETAÇÃO

A vegetação catarinense é bem diversificada. Adapta-se às variações climáticas no estado, à distância em relação ao litoral, à umidade, ao relevo, a luminosidade e à fertilidade do solo.


As principais formações vegetais são:

Mata Atlântica ( Floresta Ombrófila Densa): é a vegetação encontrada no litoral catarinense, onde a umidade é maior e as chuvas são mais freqüentes. É higrófila, latifoliada, perene, densa e heterogênea. É bem estratificada, com árvores importantes como o cedro e a figueira. É das florestas brasileiras que recebeu maior grau de desmatamento. Em Santa Catarina encontra-se em várias reservas protegidas.

Mata de Araucárias (Floresta Ombrófila Mista): aparece no planalto catarinense, em altitudes superiores a 500m. É aberta, aciculifoliada e homogênea. Grande parte desta floresta desapareceu no século XX devido às empresas de exploração de madeira. Possui importantes espécies como a araucária, a erva-mate e a imbuia. Frequentemente aparece associada a áreas de campos.

Floresta Subtropical do Uruguai ( Floresta Estacional Decidual): é a vegetação característica das regiões próximas ao Rio Uruguai. Aparece em altitudes inferiores a 500m. Predominam as espécies que perdem suas folhas no outono e inverno, mas há grande número de espécies perenes. Destaca-se a grápia, o angico vermelho, o louro-pardo, a canafístula e a guajuvira. Entre as espécies perenes temos as canelas, o pau-marfim, os camboatás.

Campos (Savanas): vegetação rasteira, herbácea, de gramíneas. Aparecem em maior quantidade no Planalto Serrano, freqüentemente associados à Araucárias. Constituem excelente pastagem para o gado, influenciando na economia da região.

Vegetação Litorânea (Formações pioneiras): aparecem na costa, no contato entre mar e continente. Constitui-se principalmente da vegetação de restinga e dos manguezais. A vegetação de restinga aparece junto às dunas e praias, com arbustos e gramíneas esparsos, com raízes alongadas acompanhando a superfície do solo.

Os manguezais são halófitos e pneumatóforos. Aparecem em áreas onde as águas dos rios se encontram com as águas do mar, e onde não haja rebentação de ondas. Aparecem no litoral norte e centro do Estado, até o município de Laguna. No mangue há decomposição de matéria orgânica, que se transforma em nutrientes, os quais são aproveitados pelo ecossitema existente no manguezal e nas praias próximas.